A educação presbiteriana - Excelência no Ensino

04/11/2018 17:29

Os Presbiterianos e a Educação – Por Alderi Souza de Matos

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Desde o início de sua história na Europa do século 16, os reformados deram grande ênfase à educação. Essa ênfase foi uma decorrência da sua teologia, especialmente as suas concepções acerca de Deus, do ser humano e das Escrituras. Deus é a fonte última de todo verdadeiro conhecimento; o ser humano, feito à imagem do Criador, é dotado de um intelecto que deve ser cultivado para a glória de Deus e o bem-comum da sociedade; as Escrituras, revelação especial de Deus, precisam ser conhecidas e estudadas.

Essas preocupações levaram os calvinistas a incentivar a alfabetização e a educação no sentido mais amplo. Um dos primeiros exemplos desse interesse foi a Academia de Genebra, fundada pelo reformador João Calvino em 1559, embrião da atual universidade daquela cidade suíça. As escolas reformadas também se multiplicaram em todos os outros países nos quais se implantou a fé calvinista, como França, Holanda, Alemanha, Hungria, Inglaterra, Escócia e Irlanda.

A partir do século 17, os calvinistas levaram para a América do Norte a sua fé e as suas instituições. Os puritanos da Nova Inglaterra foram importantes pioneiros ao fundarem em 1636, em Massachusetts, o Harvard College, do qual derivou a famosa universidade. Em 1701, os puritanos de Connecticut criaram o Yale College, hoje a grande universidade sediada em New Haven.

Por sua vez os presbiterianos, ou seja, calvinistas de origem escocesa e irlandesa, radicados majoritariamente nas colônias centrais da costa leste americana, fundaram em 1746 o Colégio de Nova Jersey, que deu origem à Universidade de Princeton. No século seguinte, quando a Igreja Presbiteriana do Estados Unidos se uniu ao grande movimento missionário mundial, levou consigo essa ênfase educacional para todos os países em que atuou através de seus missionários.

O binômio “evangelização e educação” sempre caracterizou a obra presbiteriana no Brasil, desde os seus primórdios. É verdade que por vezes surgiram tensões entre essas duas prioridades, mas a educação continuou a ser objeto de atenção especial. Com freqüência, quando surgia uma nova igreja era criada ao seu lado uma pequena escola paroquial. Além disso, foram fundadas escolas maiores, tanto nas capitais quanto no interior, algumas das quais se tornaram grandes instituições de ensino que perduram até o presente.

Os missionários da Igreja Presbiteriana do Norte dos Estados Unidos (PCUSA) fundaram, entre outras, as seguintes escolas nas primeiras décadas: em 1870, a Escola Americana de São Paulo, mais tarde transformada em Mackenzie College; em 1885, a Escola Evangélica de Botucatu; em 1886, a Escola Americana de Laranjeiras (SE), mais tarde transferida para Aracaju; em 1887, o Colégio de Dois Córregos, do Rev. John B. Howell; em 1892, a Escola Americana de Curitiba; em 1903, a Escola Americana de Florianópolis; em 1906, o Instituto Ponte Nova, no interior da Bahia; em 1915, o Instituto Cristão de Castro (PR); em 1924, o Colégio Evangélico de Buriti (MT); em 1928, o Instituto José Manoel da Conceição, em Jandira (SP).

No mesmo período, as missões da Igreja do Sul (PCUS) fundaram as seguintes escolas: em 1873, o Colégio Internacional de Campinas; em 1893, o Instituto Evangélico de Lavras, mais tarde Instituto Gammon; em 1895, o Colégio Americano de Natal; em 1904, o Colégio Americano de Pernambuco, hoje Colégio Agnes Erskine; em 1908, o Colégio XV de Novembro, em Garanhuns (PE); em 1921, a Escola Evangélica Americana, em Varginha (MG) e a Escola Evangélica Harriette Armstrong, em Campo Belo (MG); em 1931, a Escola Evangélica Ruth See, em Nepomuceno (MG); em 1933, o Instituto Bíblico Eduardo Lane, em Patrocínio (MG), e outras mais. Tudo isso sem contar as muitas escolas criadas por pastores brasileiros em diversas regiões do país.

A educação presbiteriana, conforme exemplificada por essas e outras instituições, norteia-se por alguns princípios fundamentais: (a) excelência no ensino de crianças e jovens, segundo os melhores métodos e recursos educacionais; (b) ambiente de respeito e tolerância em relação à diversidade do alunado; (c) compromisso claro com a cosmovisão reformada no que diz respeito a Deus, ao mundo e ao ser humano; (d) ênfase nos valores bíblicos e cristãos que dignificam a vida pessoal e coletiva. O objetivo maior tem sido dar aos alunos uma visão cristã da existência, que inclui reverência para com Deus, valorização própria e dos semelhantes, senso de responsabilidade social e cívica, e espírito de altruísmo e serviço ao próximo, em contraste com as tendências desumanizantes e relativistas de uma educação materialista, nos diversos sentidos da palavra.