Aparece testemunha de tortura - Diário do Povo

06/09/2017 12:40
POLÍTICA
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RELATO DE TESTEMUNHA
 
Seguranças espancaram o engenheiro já desacordado
 
Chutaram na cabeça quando ele estava desmaiado
 
LUCIANO COELHO - Editor de Política
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Jornal Diário do Povo - 6 de setembro de 2017
 
Uma testemunha ocular do espancamento do engenheiro Herbert dos Santos Matos Júnior, na avenida Presidente Kennedy, na frente da APCEF, por ocasião do jantar de adesão à Caravana Lula pelo Brasil, procurou o jornal Diário do Povo indignado com a agressão. Ele procurou a delegacia do 12º DP para prestar depoimento no inquérito que apura o fato.
 
Foi ele quem socorreu o engenheiro na hora do espancamento. A testemunha teme represálias e pela própria segurança, por isso pediu para não ter seu nome divulgado até receber de instituições públicas a garantia de sua vida. Vamos identificar apenas por testemunha G., porque teme represálias, disse que naquela noite foi ao supermercado com a família para fazer compras. No trajeto, presenciou o espancamento do engenheiro Herbert Matos. Segundo a testemunha cinco ou seis homens cercavam Herbert, dois deles chutavam a vítima praticamente desacordada.
 
Segundo ele, o fato ocorreu entre 21h30 e 21h45 da noite de sábado. De acordo com a testemunha, policiais militares chegaram ao local, chamado por ele, a resposta que teria sido dada pelas autoridades diante das agressões foi: "não podemos fazer nada, deixa pra lá, ele já está indo". Segundo seu relato, ele tentou ajudar e Herbert estava com medo de ser espancado ainda mais quando G. teria falado: "meu amigo não se preocupe, ninguém mais vai lhe bater ou roubar nada seu, fique calmo".
 
A testemunha disse que dava para ouvir o barulho dos chutes dos seguranças na barriga e cabeça do engenheiro Herbert: "A gente ouvia aquela zoada' seca que era como quando matava um boi no interior...que dava aquela machadada, a gente ouvia ele batendo na cara dele", e continua o relato: "eu fiquei todo sujo de sangue {quando colocou ele no cole}, cheguei em casa fedendo a sangue, para mim eu estava ali por Deus, por uma dádiva de Deus, senão ele {Herbert} não tinha vivido".
 
Pelo relato da testemunha G. Herbert Matos tinha bebido e não conseguia praticamente falar ou se mover: "Eu conversei com o filho dele, não falei com Herbert, nem no dia eu falei, ele estava bêbado e devido às pancadas, tinha desmaiado, tinha perdido os movimentos, meu filho disse que disse: ' pai, a barriga dele está mexendo". Era o sinal que Herbert Matos estava vivo.
 
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