Atas dos Cursos de formação para Bispos

02/02/2016 15:52

"Testemunhas do Ressuscitado" reúne Atas dos Cursos de formação para Bispos

Rádio Vaticana

Cidade do Vaticano (RV) – “Testemunhas do Ressuscitado” é o título do livro editado pela Livraria Editora Vaticana (LEV) que traz as Atas do Curso Anual de formação para os novos bispos. O volume foi apresentado na manhã desta segunda-feira, na Sala de Imprensa da Santa Sé, pelo Prefeito da Congregação para os Bispos, Cardeal Marc Ouellet, pelo Secretário do mesmo dicastério, o Arcebispo brasileiro Ilson de Jesus Montanari, e por Dom Francesco Cacucci, Arcebispo de Bari-Bitonto, relator do Curso.

 

Foram 1.500 bispos de todas as partes do mundo, que ao longo de 15 anos,  participaram dos Cursos de Formação organizados pela Congregação para os Bispos. O último foi realizado em setembro de 2015.  São dias de convivência e partilha fraterna, debates, encontros com o Papa, a Cúria Romana e delegados dos episcopados. Uma riqueza de conteúdos que, pela primeira vez, serão partilhados com o público através das Atas, como sublinhou o Cardeal Ouelet, para ter dele comentários e sugestões.

Diante dos desafios do mundo atual no campo da comunicação, dos direitos, da prevenção dos abusos, da espiritualidade, não podemos permanecer atrás no esforço de reformas e atualização das estruturas e práticas para estar à altura de um mundo sempre mais globalizado”.

Formação permanente – explicou o purpurado – significa aprender a dialogar”. Antes de tudo dialogar “com o próprio Deus, que quer não somente ser servido por funcionários competentes”, mas “ser amado por amigos fieis”, “dispostos a dar a vida por ele”. E depois, “com o Povo de Deus que espera ser alimentado pela Palavra de Deus” e “com as outras Igrejas em um espírito de solidariedade episcopal, ecumênica e aberta aos desafios sociais, geopolíticos e culturais do momento presente”.

De fato, ser Bispo hoje em dia é dedicar-se à um ministério difícilque não pode ser vivido senão em comunhão de uns com os outros, graças a uma consciência profunda da identidade eclesial de pastor e por consequência de seu serviço à comunhão universal e particular”.

 

Palavras estas, reforçadas por Dom Montanari:

Neste mundo fragmentado, que requer uma proximidade paciente, com atenção aos estágios de crescimento pessoal, o Papa invoca Pastores que velem por seu povo, focados no essencial, realmente próximos das pessoas atingidas por várias formas de sofrimento”.

Mesmo que “não existam, de uma forma ou outra, cursos para aprender a “ser bispo” observou Dom Cacucci - estes são úteis – e se o bispo “não pode abarcar tudo”, por experiência aconselho os novos prelados a encontrar pessoalmente todos os padres da sua diocese, “sem exceções”. Isto não é “clericalismo” – esclareceu – mas “unidade sacramental entre bispos e presbíteros”...

Me parece de poder sublinhar que em um tempo de super-ativismo e de fragmentação, o bispo é chamado, hoje mais que nunca, a ser homem da síntese e a ajudar os “irmãos e amigos” padres – assim como indica o Concílio – a buscar o essencial. Fonte de inspiração é sempre o “estilo” de Jesus com os seus “amigos” apóstolos”.

Entre as perguntas dos jornalistas, um destaque sobre a gestão administrativa das dioceses, tema a que se dedicou o Curso com a colaboração do Cardeal Pell. “Não excluo – respondeu o Cardeal Ouellet – que além da normativa canônica, às vezes não respeitada, provocando assim tantos problemas, possa ser útil também um vade-mécum de experiências na matéria”.