Atualidade - Crônica: Ética islâmica e ética cristã

11/12/2017 11:46
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Valores da família unem católicos e muçulmanos - AP
 
Crônica: Ética islâmica e ética cristã
 
Dubai (RV*) - Ouvintes e leitores da Rádio Vaticano, aos poucos vou chegando à conclusão de que é essencial mudar a atitude de comparar religiões, e adotar uma abordagem que respeite as diferenças, ensejando a abertura de caminhos para a fraternidade e enriquecimento.
Tratando-se do relacionamento entre Islã e Cristianismo, as duas principais religiões monoteístas do planeta, existem muitos pontos comuns no campo da ética e moral.
 
Embora não exista ainda igualdade como nas sociedades ocidentais marcadas pela cultura cristã, constata-se uma evolução significativa quanto ao casamento e a vida conjugal, aproximando-se consideravelmente da moral cristã. A poligamia vai sendo abolida e o poder masculino de repudiar uma mulher deixa de ter respaldo legal.
 
A família é vista como a célula básica da sociedade por ambas as religiões. O matrimônio também é reconhecido como a única maneira de criar a entidade jurídica.
 
A promoção e a defesa da vida, do começo ao fim, são defendidas tanto por cristãos como islâmicos, sendo proibido o aborto, embora exista certa tolerância quanto ao chamado aborto terapêutico.
 
A  esterilização, mutilação e eutanásia são práticas não aceitas por islâmicos e cristãos.
 
Enfim, se a ética islâmica se revela assim próxima à bíblica e assume os ensinamentos do Antigo Testamento, é preciso reconhecer que, às vezes, ela oferece aos muçulmanos a possibilidade de admitir algumas posições do Evangelho.
 
Especialistas no estudo do Alcorão revelam que, de uma forma ou de outra, “o verdadeiro monoteísmo consiste no amor a Deus e no amor ao próximo”, interpretando assim o texto do Alcorão à luz do ensinamento Bíblico e Cristológico, do “duplo mandamento do amor”. Amar a Deus e ao próximo como a si mesmo.
 
*Missionário Pe. Olmes Milani CS, das Arábias para Rádio Vaticano.