Capa da semana - CARTA AO LEITOR - Revista Oeste
CARTA AO LEITOR
Os mais recentes capítulos da corrida eleitoral, a tornozeleira eletrônica imposta a Daniel Silveira e a aliança entre Lula e Alckmin estão entre os destaques desta edição
Redação – Revista Oeste
Os sinais emitidos nesses três primeiros meses de 2022 informam que o caminho a ser percorrido até 2 outubro, quando ocorrerá o primeiro turno das eleições, é coisa para fortes. Nesta quinta-feira, 31, enquanto os brasileiros acordavam com rumores de que Sergio Moro e João Doria desistiriam da corrida presidencial, o ministro do STF Alexandre de Moraes voltou a impor o uso da tornozeleira eletrônica ao deputado federal Daniel Silveira — acusado de um crime que não existe no Código Penal.
Com o passar das horas, confirmou-se a desfiliação de Moro do Podemos e sua transferência para o União Brasil. À noite, a direção do partido liderado pelo senador Álvaro Dias divulgou uma nota que registrava ter sabido pela imprensa, “com surpresa”, da saída de Moro. Acabava aí a curta campanha presidencial do juiz que simbolizou a Lava Jato.
Pouco depois, Doria desistiu de desistir da candidatura, fato analisado por Caio Coppolla. As especulações em torno dos reais objetivos do governador levaram dezenas de aliados à beira de um ataque de nervos.
Na Câmara, Daniel Silveira acordou de uma noite maldormida em seu gabinete. “Aliados o ajudaram com colchão e travesseiro”, revela a reportagem de capa desta edição, produzida em parceria por Silvio Navarro e Cristyan Costa. Durante 24 horas, Silveira esperou, em vão, uma reação altiva dos colegas a Alexandre de Moraes, que voltou a afrontar a Constituição — e desdenhar do Congresso — com a ordem de recolocação da tornozeleira eletrônica num deputado federal no exercício do mandato. O que se viu foi a passividade traduzida pelo olhar bovino da maioria dos parlamentares.
Dias antes, Geraldo Alckmin, que parece estar disposto a tudo para aproximar-se do Palácio do Planalto, declarou na cerimônia de adesão ao PSB que “Lula representa a democracia”. Augusto Nunes demonstra que se trata da mais sórdida aliança política consumada neste século.
Decididamente, o Brasil não é para amadores.
Boa leitura.
Branca Nunes
Diretora de Redação