Carta ao Leitor - REVISTA OESTE - Capa da Semana

18/06/2021 10:17

CARTA AO LEITOR

Os benefícios e privilégios do funcionalismo público, a liberação do homeschooling no RS e as discussões sobre o passaporte de vacinação

Redação – Revista Oeste

“Liberalismo não é Socialismo nem nunca será”, escreveu no início do século 20 Winston Churchill, que impediria como primeiro-ministro britânico que a Alemanha nazista vencesse a 2ª Guerra Mundial. “O Socialismo mataria a empresa; o Liberalismo salvaria a empresa dos obstáculos do privilégio e da preferência. […] O Socialismo exalta a regra; o Liberalismo exalta o homem. O Socialismo ataca o capital; o Liberalismo ataca o monopólio.”

Esses privilégios e regras responsáveis pelo sufocamento mortal de qualquer empresa estão descritos na reportagem de capa desta edição, assinada pelo repórter especial Silvio Navarro. No Relatório de Benefícios das Empresas Estatais Federais, elaborado pelo Ministério da Economia e esmiuçado pela primeira vez na imprensa brasileira por Oeste, estão alguns dos mais estapafúrdios benefícios e gratificações que turbinam os salários dos servidores de 46 empresas e bancos estatais brasileiros.

Enquanto qualquer funcionário de uma companhia privada é demitido se faltar ao trabalho sem justificativa, por exemplo, os da Casa da Moeda recebem um “abono por assiduidade” de 40 horas por ano (que podem ser convertidas em dinheiro em espécie) se aparecerem no emprego regularmente. Os top 10 dos absurdos do funcionalismo público made in Brazil incluem “adicional noturno de 50%” (a CLT estipula 20%), “indenização em caso de assalto” e um “vale-peru natalino”. O problema é que, como ensinou a também primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, “não existe essa coisa de dinheiro público, existe apenas o dinheiro dos pagadores de impostos”. O seu dinheiro, caro leitor.

O mamute estatal se reflete em detalhes. A proibição do homeschooling é um deles, como mostra a reportagem de Cristyan Costa. Com tal restrição, os diferentes governos, sucessivamente, confiscam o direito de dizer o que deve ou não ser aprendido, onde, com quem, de que forma. Nesse cenário, foi uma vitória da liberdade a aprovação, no âmbito estadual, de uma medida que regulamenta o ensino domiciliar no Rio Grande do Sul.

Em sentido contrário, avança o projeto de lei que prevê a criação de um “passaporte de vacina”, em tramitação no Congresso. O tema é examinado nos artigos de Guilherme Fiuza e Fraser Myers. “A vacina em si pode nos libertar. Mas os ‘passaportes de vacinação’ vão retirar os direitos das pessoas”, resume Myers, editor-assistente da Spiked.

Essas deformações contribuem para tornar perigosa a manifestação do pensamento individual, mostra o texto de J. R. Guzzo. “Cuidado: você pode ser condenado de uma hora para outra como ‘fascista’, ‘extremista de direita/inimigo da democracia’, ou até como ‘genocida’, se não prestar atenção no que está dizendo.”

No caminho oposto, Oeste acredita na liberdade. E sempre a defenderemos.

Boa leitura.

Branca Nunes
Diretora de redação