Coluna do Cláudio Humberto - Diário do Poder

21/09/2017 07:38
21 DE SETEMBRO DE 2017
PARTIDOS JÁ EMBOLSARAM R$408 MILHÕES ESTE ANO
Em meio à tentativa de se criar um “fundão eleitoral” de R$3,6 bilhões para bancar as campanhas políticas, o fundo partidário (criado em 1994) já distribuiu este ano R$408 milhões, de janeiro a agosto, aos 35 partidos. Esse valor, pago até agora, supera em R$100 milhões tudo o que foi pago em 2014, ano da reeleição de Dilma (PT) e eleição dos parlamentares que, em 2015, decidiram triplicar o tamanho do fundo.
   
PRIORIDADES
Os parlamentares tomaram posse em fevereiro de 2015, em março já haviam aprovado o aumento do fundo para R$819 milhões por ano.
   
VALORES ATUALIZADOS
Até 2014, o fundo garantia R$300 milhões aos partidos. Em 1995, passou a R$2,3 milhões (R$10,9 milhões, atualizando pelo IPCA).
   
AÇÃO TEMERÁRIA
Em janeiro de 2016, apesar da crise nas contas públicas e já alvo do impeachment, Dilma sancionou aumento do fundo para R$819 milhões.
   
PAÍS RICO É ASSIM
A crise limitou o fundo de 2017 a R$584,3 milhões. Mesmo assim, o valor é 25.322% maior que o de 1995, primeiro ano do Plano Real.
   
STF JULGA DEPUTADO ACUSADO DE RECEBER MENSALÃO
A primeira turma do Supremo Tribunal Federal deve julgar na segunda- (25) a ação penal contra o deputado Rôney Nemer (PMDB-DF), por envolvimento na Caixa de Pandora. A operação desbaratou um esquema de corrupção que resultou no afastamento e prisão do então governador José Roberto Arruda. O deputado foi condenado por receber mensalão para apoiar o governo Arruda na Câmara Legislativa, entre 2007 e 2009. O relator do caso é o rigoroso ministro Luiz Fux.
   
DESDOBRAMENTO
O processo contra Nemer está no STF em razão do privilégio de foro, e resulta de desdobramento de ação no Superior Tribunal de Justiça.
   
COINCIDÊNCIA
Por coincidência, Nemer será julgado nos primeiros dias de PGR da procuradora Raquel Dodge, responsável pela Caixa de Pandora.
   
FICHA SUJÍSSIMA
O MPF pediu a cassação de Nemer um dia após a sua diplomação, em 2014. Condenado pelo Tribunal de Justiça do DF, ele já era ficha suja.
   
EXPLICA AÍ, MINISTRO
O ministro pernambucano Fernando Filho (Minas e Energia) terá muito a explicar aos produtores de etanol da região, durante o importante Fórum Nordeste 2017, no Recife: a demora do governo federal em taxar a importação de álcool (podre) de milho dos EUA, e sua omissão.
   
SIGA O DINHEIRO
Dados do Ministério do Planejamento mostram que em julho foram gastos mais de R$23 bilhões só com “despesas de pessoal”. Desse total, R$6,2 bilhões foram pagos em aposentadorias.
   
TRITURANDO JANOT
O ministro Gilmar Mendes triturou Rodrigo Janot, ao votar pela devolução da segunda denúncia contra Michel Temer à Procuradoria Geral da República, para análise das gravações. Como não costuma se calar nessas ocasiões, certamente haverá troco.
   
DEM, O MUSEU
Em recente jantar com o deputado Rodrigo Garcia (SP), empresários foram unânimes contra a nova mudança de nome do DEM, que passaria a “Mude”. Mais parece nome de museu, debochou um deles.
   
CANDIDATA AO SENADO
Projeto de Eliziane Gama (PPS-MA) queria reservar a mulheres uma das duas vagas do Estado no Senado na eleição 2018. A relatora Cristiane Brasil (PTB-RJ) considerou-o inconstitucional.
   
REELEIÇÃO DISTANTE
Pesquisa do instituto IPEMS põe o senador Pedro Chaves (PSC-MS), ex-suplente de Delcídio Amaral, em último na corrida pelo Senado, em 2018. Nelsinho Trad (PTB) é o primeiro, seguido de Zeca do PT.
   
ÁGUA NA FOGUEIRA
O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, após consulta ao ministro Raul Jungmann (Defesa), deve divulgar nota nesta quinta (21) enterrando ocaso do general que citou eventual intervenção militar. Não haverá punição, nem deixará contencioso. Tudo fica como está.
   
FRACASSOU
Não afetou a ninguém a paralisação dos funcionários dos Correios, nesta quarta-feira (20). Do total de 102 mil empregados (que, segundo o sindicato, são “poucos funcionários”), apenas 6% aderiram.
   
PENSANDO BEM...
...a greve dos Correios prometia “parar as comunicações”, como se os brasileiros não usassem e-mail, whatsapp, SMS, celular etc.