Convenção do PMDB do Rio vira ato de desagravo a Pedro Paulo

24/11/2015 07:15

Com três boletins de ocorrência por agressão e ameaça à ex-mulher, secretário-executivo de Governo da prefeitura do Rio é pré-candidato da sigla para a capital fluminense no ano que vem

 

Clarissa Thomé e Constança Rezende - O Estado de S. Paulo

 

RIO - A convenção em que o PMDB do Rio escolherá seu novo diretório regional virou ato de desagravo ao pré-candidato do partido à prefeitura, Pedro Paulo Carvalho. Contra ele, que é secretário-executivo de Governo da prefeitura do Rio e tem apoio do prefeito Eduardo Paes para sucessão, pesam três boletins de ocorrência registrados na Polícia: dois por agressão e um por ameça.

 

As queixas foram registradas pela então mulher do pré-candidato, Alexandra Marcondes. Mesmo assim, no início do encontro, Pedro Paulo foi aplaudido e elogiado pelos correligionários.

 

"O partido está unido. É isso que alarma nossos aniversários. Temos olhado a forma de fazer política deles, alguns já derrotados pelo governador (Luiz Fernando) Pezão na última eleição", afirmou o presidente regional do PMDB e da Assembleia, Jorge Picciani. Ele anunciou Pedro Paulo como "aquele que irá suceder Paes".


Outro que defendeu Pedro Paulo foi o secretário estadual de Governo, Paulo Melo - um adversário interno de Picciani no partido. "O PMDB do Rio é um partido de paz, com coragem para a guerra. Vamos defender o nosso candidato!", bradou.

 

Além de Paes e Pezão, participa da convenção o ex-governador Sérgio Cabral. O líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani, não compareceu.

 

Outro ausente, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), foi timidamente defendido pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, que já foi apontado como seu "pau mandado".

 

"Cunha conhece bem a Câmara e sabe se sustentar. Torço para que ele prove o que está falando", afirmou Pansera, deputado federal em primeiro mandato.

 

Pansera classificou como "tensa" a sessão da Câmara dos Deputados de quinta feira. A reunião foi marcada por manobras de Cunha para tentar evitar a reunião da Comissão de Ética que começaria a examinar o seu processo.

 

"Mas a verdade é que tenho convivido pouco com a Câmara. Até para que não confundam meu papel no Executivo", disse Pansera.