Especulações sobre Levy são nocivas ao país, aponta Dilma

16/11/2015 10:13

Por Assis Moreira – Valor Econômico

 

BELEK (TURQUIA) - A presidente Dilma Rousseff foi enfática nesta segunda-feira ao rechaçar as críticas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e afirmou que as especulações sobre a queda do ministro são nocivas para o país.

 

Ao ser indagada em entrevista se concordava com a declaração de Lula de que Levy não tinha mais prazo de validade na Fazenda, a presidente retrucou que discordava de tal posição. “Não concordo com Lula. E não temos de concordar com todas as avaliações de pessoas das quais gosto imensamente.” “Repito: Levy é um grande servidor público, tem compromisso com a estabilidade do país”, acrescentou Dilma, que está na Turquia na reunião de cúpula do G-20.

 

A presidente foi além, avaliando ser nocivo para o país as especulações sobre o futuro de Levy. "É extremamente nocivo para o país as especulações que vira e mexe são feitas e me obriga a vir a público e reforçar que Levy fica onde está", afirmou. Para ela, “isso não contribui para o país”.


Ao terminar a entrevista, Dilma foi perguntada se tinha algum problema com o ex-presidente do Banco Central (BC) Henrique Meirelles, que é apontado como candidato de Lula ao ministério da Fazenda. “Não tenho problema com ninguém”, disse. Deu um passo e acrescentou: “Estou na fase de ‘Dilminha paz e amor’”.

 

Ontem, à margem do G-20, ao ser perguntado se sentia estável no cargo, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que "estava navegando". Ele disse que permanecerá até “segunda ordem”, e avalia que tem respaldo da presidente, tanto que está com ela na cúpula do G-20 na Turquia. “Não vim aqui a passeio”, afirmou. Levy, que tinha deixado o Brasil em avião de carreira, deve voltar a Brasilia no avião presidencial nesta tarde.

 

Sobre situação política no Brasil, Dilma acredita que “está cada dia se normalizando mais”, numa referência a menores pressões sobre um possível impeachment, e disse que o governo avalia que tem maioria no Congresso, "em alguns casos bem confortável, em outros mais apertada".

 

No G-20, uma das conclusões dos líderes é de que a retomada do crescimento econômico mais sólido passa pela confiança da sociedade, o que visivelmente está faltando em vários lugares.