Foi decisão do presidente diz Ministro da Saúde

05/01/2018 06:11
Ministro diz que R$ 500 milhões da Saúde puderam ser moeda de troca
‘Foi decisão do presidente’, diz - Ministro defende unidade do Centrão
 
Maia, Meirelles e Alckmin disputam apoio
 
Poder360 - Por GABRIEL HIRABAHASI 
 
O ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), afirmou que sua pasta separou R$ 500 milhões em 2017 em emendas de congressistas ao Orçamento cuja liberação não era obrigatória. Questionado se esse tipo de emenda pode ser usada como “moeda de troca” com o Congresso, o ministro afirmou que sim. “Podem, são liberalidades do governo. Isso é inerente a quem governa.”
 
O ministro já anunciou que deixará o governo até abril para concorrer à eleição como deputado. Disse que seu substituto ainda não foi definido, mas que o PP indicará 1 novo nome.
 
Barros trabalhou com afinco para que a Câmara barrasse o prosseguimento das denúncias apresentadas pela Procuradoria Geral da República contra o presidente Michel Temer. O Planalto saiu vencedor. Ele fará o mesmo agora na votação da reforma da Previdência.
 
O ministro defendeu que os partidos do chamado Centrão precisam ter 1 único candidato nas eleições de 2018. Ele afirma que Geraldo Alckmin, Henrique Meirelles e Rodrigo Maia disputam o apoio.
 
Indicado pelo seu partido, o PP, ao Ministério da Saúde, Barros está em seu 5º mandato como deputado federal. É tesoureiro nacional da sigla, comandada pelo senador Ciro Nogueira (PI). A legenda deve mudar seu nome para Progressistas –seguindo a tendência dos partidos de retirar o “P” de suas siglas.
 
Leia a entrevista:
 
Qual será o papel do PP nas eleições de 2018?
 
O PP deve manter 1 alinhamento com o Centrão e decidir no momento adequado a melhor opção. Qualquer 1 dos candidatos que estão citados, seja o [Rodrigo] Maia, o [Geraldo] Alckmin ou o [Henrique] Meirelles, com o apoio do Centrão, a viabilidade aumenta muito.
 
O Centrão representa uma composição competitiva. Representa muitas lideranças que estarão em campanha, muitas candidaturas majoritárias nos Estados. Se fizermos 1 apoio em bloco, esse candidato cresce.
 
A base governista pode ter mais de 1 candidato?
 
Não sei se é inteligente.
 
Em 2018, as promessas de pagamentos [empenho] de emendas dos congressistas serão concentradas no 1º semestre, antes das eleições?
 
A tendência é que a execução orçamentária seja acelerada até o dia 7 de julho, por causa da lei eleitoral. O governo deve trabalhar com a perspectiva de empenhar até o prazo.
 
As emendas dos congressistas no Orçamento podem servir como moeda de troca?
 
Emenda parlamentar é impositiva e independe de ser situação [governista] ou oposição.
 
Mas há emendas que não são impositivas. Essas podem servir como moeda de troca?
 
Podem. Nós empenhamos aqui R$ 500 milhões em 2017. Foi uma decisão do presidente autorizar. Isso é inerente a quem governa.
 
O governo conseguirá aprovar a reforma da Previdência?
 
O presidente está determinado. O ambiente que os deputados estão encontrando em suas bases é muito favorável. Não estão sendo abordados por ninguém para não votar a reforma. Pelo contrário, prefeitos pedem para votar, empresários pedem para votar e até gente humilde pede para votar. O motivo é o convencimento dos neutros e desmobilização dos contrários.
 
O sr. é a favor de que o governo faça novas concessões no texto da reforma?
 
A reforma provoca uma economia de R$ 600 bilhões no médio prazo. É uma conta que tem que ser feita. Se o governo tiver que fazer concessões de R$ 50 bilhões para economizar R$ 600 bilhões deve fazer. A reforma é 1 combate aos privilégios que pode ser mais amplo ou não. De qualquer forma, qualquer reforma é 1 combate aos privilégios. A reforma possível é sempre 1 avanço.