França deve esperar réplicas terroristas
França deve esperar "réplicas" terroristas, diz premiê francês
Agência EFE
O primeiro-ministro da França, Manuel Valls, afirmou neste sábado que o país deve estar preparado para "outras réplicas" terroristas após os atentados que causaram ontem à noite pelo menos 129 mortes em Paris.
Em entrevista à rede de televisão "TF1", o chefe do governo francês reiterou que o país "está em guerra" contra o terrorismo e que deve "atingir" seu "inimigo", o qual identificou como o grupo terrorista Estado Islâmico (EI).
"Responderemos golpe a golpe para destruir o EI e esse exército terrorista", declarou o primeiro-ministro, que acrescentou que a resposta da França estará "no mesmo nível destes ataques".
Valls advertiu que "não haverá descanso para os que atacam os valores" da França e ressaltou que "a união é o melhor escudo" contra os terroristas.
O chefe de governo negou que os serviços de inteligência do país tenham falhado em prevenir estes ataques, mas considerou que será preciso ser mais duro contra os imames radicais, prometendo expulsá-los do país.
Além disso, ele ressaltou que será tirada a nacionalidade de todos aqueles que "golpeiam a alma francesa".
"Ganharemos esta guerra", assegurou o político, que apontou que nos próximos dias será prolongado o estado de emergência no país.
Apesar desse decreto, que levará o país a aumentar o monitoramento, Valls garantiu que a França não anulará dois eventos importantes das próximas semanas, a Cúpula sobre o Clima de Paris (COP21), entre 30 de novembro e 11 de dezembro, e as eleições regionais, de 6 a 13 de dezembro.
Sobre o primeiro evento, o chefe do governo afirmou que se trata de "uma reunião crucial para o planeta" e que também servirá para que "os chefes de Estado e de governo que devem vir" à cúpula possam "se encontrar e mostrar mais uma vez sua solidariedade com a França e os franceses afetados por este drama".
Valls afirmou que as autoridades francesas trabalharão para que a COP21 "se concentre essencialmente no (tema do) clima", mas ressaltou que o estado de emergência afetará as manifestações previstas por ocasião da cúpula.
Sobre as eleições regionais, o primeiro-ministro disse que suspendê-las seria "dar razão aos terroristas" e que realizá-las será "a melhor resposta aos que atacam os valores do país e a democracia".
Valls agradeceu aos partidos franceses pela "responsabilidade" de suspenderem a campanha eleitoral por ocasião dos atentados.
"Compreendo que os franceses tenham medo, que se perguntem se podem levar seus filhos à escola enquanto exista esta ameaça (...) Mas desejo que ninguém duvide um só instante de nossa determinação para proteger os franceses apesar da ameaça", disse.
O primeiro-ministro se mostrou convencido de que a ameaça terrorista "vai durar, talvez por anos", mas "unidos em torno de valores haverá força para combatê-la