O conhecimento é uma forma saudável de prazer?

02/08/2015 13:04

Artigo: o conhecimento é uma forma saudável de prazer?

Por Josenildo Melo

 

            Quem buscar conhecer adentra a um mundo vasto, amplo, de contradições e dualidades; no entanto passa a conhecer algo peculiarmente diferente de tudo o que já encontrou em sua vida. Os estudos proporcionam o diferente, o estático e ao mesmo tempo dinâmico ato de analisar, refletir e compreender um pouco mais o mundo em que se vive. Tudo vai sendo construído pausadamente e nunca mais somos o mesmo quando nos tornamos verdadeiros amantes e buscadores incessantes da Sabedoria acadêmica e Cultural.

            Dentro do raciocínio anteriormente elaborado, o filósofo Sócrates busca a clareza nos conceitos à base de perguntas e respostas; o exemplo deste grande filósofo em buscar o conhecimento pelo prazer o tornou um homem diferente dos demais seres humanos. Sua fé na virtude do conhecimento era tal, que o conduziu a rigorosíssimo intelectualismo ético: a moral se reduz ao conhecimento do bem. A verdade não se impõe de fora, mas brota de dentro, através do diálogo; orientou suas pesquisas em direção aos problemas do homem, tomando como lema do seu filosofar o “conhece-te a ti mesmo”. 

            Por que não conhecemos a nós? Seria pelo fato de não nos darmos tempo para nos conhecermos? A busca desenfreada por barulho seria uma forma de não adentrar em nosso verdadeiro mundo e nos encontrarmos? Seria o distanciamento da natureza uma das razões de tantos conflitos ao homem? Rosseau, por assim dizer, o último jusnaturalista tinha como ideal moral a natureza, reino de liberdade, da espontaneidade e da felicidade do homem. A infelicidade do homem deriva do fato de encontrar-se distanciado da natureza?

            Rosseau fixa as bases do Direito natural, um direito absoluto, imutável e universal; esse direito de natureza é o mesmo que regulava as relações humanas no estado de natureza, no qual, ainda não tendo sido constituída a sociedade política, todos os homens eram iguais, livres e independentes, providos de certos direitos, derivados da natureza. “O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se acorrentado”. Esta frase é ultrapassada ou vigora em pleno século XXI? A Sociedade contemporânea liberta ou ainda acorrenta o homem?

            A noção de liberdade concretamente em sua aplicação aos homens, enquanto seres racionais subsume-se na questão da coação e das fronteiras entre moral e direito. O conceito de liberdade em Kant não é entendido com o um querer arbitrário, isto é, um querer sensível. A liberdade é encontrada na razão prática. Isto quer dizer que a liberdade pode ser explicada a partir do conceito de vontade. Isto porque, na medida em que a razão pode determinar a faculdade de desejar, o arbítrio está jungido (Circunscrito; amoldurado; vinculado), à vontade.

            Kant chama de livre arbítrio ao arbítrio que pode ser determinado pela razão pura, opondo-se àquele determinável pela inclinação. O arbítrio humano é afetado pelos impulsos, mas não determinados por eles, e, ainda, que, mesmo não sendo puro, pode ser compelido às ações por uma vontade pura. Kant chega aos conceitos negativos e positivos da liberdade. Assim, sendo, no mundo contemporâneo pode se racionalmente chega à conclusão que a única fonte segura de prazer benéfico é o conhecimento? Tire suas próprias conclusões.

            O CONHECIMENTO É UMA FORMA SAUDÁVEL DE PRAZER? Para alguns sim, para muitos não; mas com certeza a história vem demonstrando que o conhecimento a cada dia tornar-se o mais seguro e descomplicado prazer. É uma forma saudável de prazer; o parâmetro destas conclusões é o aumento significativo de pessoas dedicando uma parcela maior de tempo para o conhecimento e seus saudáveis benefícios de segurança, proporcionados.



BIBLIOGRAFIA: Leite, Flamarion Tavares. Manual de Filosofia Geral e Jurídica: das origens a Kant. 3ª edição – Rio de Janeiro: Forense, 2011.