Papa lava os pés a doze detentos: Deus perdoa sempre!

14/04/2022 15:51
Papa lava os pés a doze detentos: Deus perdoa sempre!
Missa "in Coena Domini"
 
Francisco foi a uma prisão no litoral romano e realizou o rito do lava-pés a nove homens e três mulheres, de diferentes idades e nacionalidades. Como normalmente faz nesta ocasião, proferiu sua homilia sem um texto pré-preparado e falou da "simplicidade" do gesto de Jesus: "Que belo seria se isso pudesse ser feito todos os dias e a todas as pessoas".
 
Vatican News
 
Esta tarde, pouco antes das 15h (hora local), o Papa Francisco foi a Civitavecchia, nas proximidades de Roma, para celebrar a Santa Missa "in Coena Domini" com as pessoas detidas no Novo Complexo Penitenciário.
 
Chegando antes das 16 horas, acolhido pelas autoridades prisionais, o Papa presidiu à Missa na Capela da prisão. Além de alguns reclusos, havia uma representação dos agentes e funcionários e algumas autoridades, incluindo o Ministro da Justiça italiano.
 
Durante a liturgia, o Papa fez a sua homilia sem um texto preparado, comentando o significado do lava-pés, "uma coisa estranha" neste mundo: "Jesus lava os pés do traidor, aquele que o vende". E acrescentou: "Jesus ensina-nos isto, simplesmente: vocês devem lavar os pés uns aos outros [...] um serve o outro, sem interesse: como seria belo se fosse possível fazer isto todos os dias e a todas as pessoas".
 
Servir - continuou o Papa - é Jesus dizer "amigo" ao traidor, esperando por ele até ao fim, perdoando tudo: "Deus perdoa tudo e Deus perdoa sempre! Somos nós que nos cansamos de pedir perdão". Cada um de nós", disse o Papa, "tem algo que está nos nossos corações há muito tempo, mas peçam perdão a Jesus". E recordou que "há um Senhor que julga, mas é um julgamento estranho: o Senhor julga e perdoa". E concluiu exortando as pessoas a prosseguirem com a celebração, com "o desejo de servir e perdoar uns aos outros".
 
No final da homilia, como é costume, o Papa Francisco repetiu o gesto de Jesus durante a Última Ceia, quando o Senhor lavou os pés dos seus discípulos como sinal de amor radical até ao ponto do serviço e da humilhação. Foram 12 reclusos, homens e mulheres, incluindo pessoas de diferentes idades e nacionalidades.
 
No final da missa, o diretor da prisão agradeceu ao Santo Padre e ofereceu-lhe uma estampa do antigo porto de Civitavecchia, alguns produtos do jardim cultivados pelos detentos e algumas obras feitas pelos funcionários e prisioneiros.
 
Após a celebração, o Papa  saudou brevemente cerca de cinquenta pessoas representando os detentos, oficiais e funcionários da prisão. Antes de anoitecer, voltou para a Casa Santa Marta