Por falar em cabeça, o que é esse brilho na sua testa?
BOMBA E PURPURINA
Os não tão inocentes se defendem como podem
Por Guilherme Fiúza – Revista Oeste
Aguerra da Rússia contra a Ucrânia sacrifica inocentes. Já os não tão inocentes se defendem como podem:
— E aí, tudo bem?
— Não.
— O que houve?
— A guerra na Ucrânia.
— É. Triste.
— Muito.
— Tomara que acabe logo.
— Não vai acabar.
— Por quê?
— Porque não.
— É, se demorar complica mais ainda. Vamos torcer pelo cessar-fogo.
— Não vai cessar.
— Poxa. Assim você me assusta.
— É a realidade.
— Mudando de assunto: você tá entendendo essa história do passaporte vacinal? Acabou numa parte do mundo, outra parte continua exigindo… Será que estamos numa pandemia regional?
— Zelensky.
— Hein?
— Vai resistir.
— Te perguntei sobre passaporte sanitário.
— Ucrânia livre.
— Não entendi.
— Você não entende a democracia.
— Calma lá. Estou justamente perguntando sobre a suspensão de direitos democráticos na pandemia.
— Sou mais o Biden.
— ?
— Grande estadista.
— Ok. Vamos em frente. Estou preocupado com a revelação do documento da Pfizer. Nove páginas de efeitos adversos. E os casos de miocardite estão aumentando por aí, ninguém investiga a onda de mal súbito em atletas…
— Zelensky.
— Teve mal súbito?
— Vai resistir. A democracia vai resistir. Os direitos humanos…
— Isso. Direitos humanos. Os seres humanos saudáveis que sofreram sequelas ou morreram depois de se vacinar vão ter seus casos investigados?
— Fora Putin.
— Tá bom. Não vou mais falar de vacina. Você viu o Boris Johnson sendo questionado sobre a ineficácia do lockdown? Será que ele vai ter que responder por isso à Justiça?
— Zelensky.
— …
— Foi lindo o pronunciamento do Zelensky ao Parlamento inglês.
— Falei do Boris Johnson.
— Tá com o Zelensky. Macron e Trudeau também estão com Zelensky. Todos pela democracia.
— Democracia? Macron e Trudeau decretaram a ditadura sanitária e desceram o pau na população.
— Viva Zelensky.
— Tudo bem. Viva. Foi um prazer te ver. Vou andando que já estou atrasado.
— Boa sorte, se possível.
— Obrigado. Só uma última pergunta: você já sabe quando vai me devolver aquele dinheiro que te emprestei?
— Estamos numa guerra. Não tenho cabeça pra falar disso agora.
— Entendo. Por falar em cabeça, o que é esse brilho na sua testa?
— Purpurina. Desfilei no bloco pela paz mundial.