Roberto Jefferson - Presidente Nacional do PTB

07/08/2020 06:27

PARTE I: ‘Os ministros do STF são todos de esquerda’, diz Roberto Jefferson

Por Rodolfo Costa – Revista Oeste - Assine a revista oeste em https://revistaoeste.com/

O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, concedeu entrevista exclusiva a Oeste. Segundo ele próprio, a melhor já feita “nos últimos seis meses”. Por 1h15, o petebista falou de tudo um pouco. Reforçou o otimismo demonstrado nas redes sociais de filiar o presidente Jair Bolsonaro ao partido. E, evidentemente, analisou a atual situação do Judiciário. Convicto como é, foi firme em suas palavras. 

Este trecho faz parte da entrevista completa, que será apresentada aos leitores e leitoras de Oeste em uma sequência de seis tópicos. A seguir, o primeiro deles:

Críticas ao STF e ao ativismo judicial

O país vive um momento em que o STF parece ditar as regras do jogo. Interfere no processo de impeachment do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, suspende contas em redes sociais, como as do senhor e instaura um inquérito, considerado ilegal por alguns juristas. Como o senhor avalia esse atual momento do Judiciário?

O Supremo quer substituir os partidos políticos. Houve uma lacuna de poder muito grande no Brasil com a perseguição, não vou dizer perseguição, mas com os processos da Lava Jato contra os políticos, Executivos, governadores de Estado, ministros de Estado. O poder Executivo e o poder Legislativo foram duramente atingidos pela Lava Jato. Não há vácuo de poder. Até o governo do [ex-presidente] Michel Temer, você veja. O [ex] procurador-geral [Rodrigo Janot] que estava a frente do Ministério Público tentou prender o Temer presidente, tentou processá-lo. Havia um ativismo enlouquecido contra o Executivo e o Legislativo. Nesse vácuo de poder cresceu o Judiciário.

Mas a que o senhor atribui esse ativismo do Judiciário contra parlamentares e apoiadores de Bolsonaro?

Eles cresceram para cima do presidente [Jair] Messias Bolsonaro porque são todos homens de esquerda, e esquerda radical. Muitos fazem parte desse grupo globalista que nega a nossa cultura judaico cristã. Tem, aí, um poderoso componente religioso do satanismo que ministros do Supremo encarnam e representam nas posições que estão. E os ministros do Supremo são todos eles da esquerda e de esquerda. Foram homens nomeados pelo PT, pelo [ex-presidente Luiz Inácio] Lula [da Silva] e pela [ex-presidente] Dilma [Rousseff], e pelo PSDB, do [ex-presidente] Fernando Henrique [Cardoso]. Fernando Henrique é um homem de esquerda, disfarça, mas ele é satanista. Sempre foi, ele é [socialista] fabiano. É o pior que tem, porque é o hipócrita.

Hipócrita?

Ele tem a capa verde, é igual melancia. Verdinha, verdinha, mas, por dentro, é vermelho, é comunista, e você se deixa iludir pelas belas palavras, pela cultura, professor da USP, sociólogo, fala inglês, fala espanhol, fala francês, então, parece um homem de classe média cristã. E ele não é. É satanista, advoga as teses do aborto, de liberação de drogas. Isso é o que o Fernando Henrique advoga, a teoria de [ideologia de] gênero… ele é satanista e é o movimento que o mundo vive hoje a partir da ONU [Organização das Nações Unidas], que é a sede mundial do irradiamento dessa ideia e desse pensamento. E dessa oposição a Jesus. Financiamento do George Soros, que é o capitalista da esquerda mundial e das famílias que são multimilionárias, famílias Rothschild, Fundação Ford, Bill Gates, essas pessoas que querem eles porque, pelo poder do dinheiro, pensam que podem substituir a vontade de Deus, a força de Deus, querem mudar Deus porque são poderosos no dinheiro, não na fé.

Voltando ao STF, como equacionar esses problemas?

Temos que mudar a forma [de se chegar à Suprema Corte]. O Supremo tem que ser o último degrau da carreira do juiz togado, não pode ser um advogado lobista com compromissos espúrios com JBS, banco, empreiteira, partido político, tem que acabar isso. Aquelas sabatinas já são uma vergonha. Tem que acabar essa sabatina no Congresso. Basta o Conselho Nacional de Magistratura [atualmente o Conselho Nacional de Justiça] (CNJ] indicar [para o STF] juízes de carreira que sempre viveram da toga, com a toga, por amor à espada da Justiça, a balança da Justiça, sem compromisso político partidário, Homens que sempre representaram a Justiça. Juízes, 30, 35 anos de experiência de vida, como magistrado, e o último degrau da carreira do magistrado. “Ah, mas eu sou promotor”. Escolheu ser promotor, toca tua vida no ministério público. “Ah, mas eu sou advogado”. Ótimo, parabéns, toca tua vida como advogado. Quem é juiz, fez a vida como juiz, esse que tem que ir para o Supremo no final da sua atividade profissional, ser o julgador da Suprema Corte do Brasil.

PARTE II: O que Roberto Jefferson pensa sobre o globalismo e o Foro de SP ?

Este trecho faz parte da entrevista exclusiva que o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, concedeu a Oeste. Acompanhe outros tópicos desta entrevista. 

Foro de São Paulo, globalismo e os governos de esquerda

Em termos de política internacional, o que o Foro de São Paulo representa para a esquerda? 

Nós nos atrasamos. Nós não tínhamos a informação. Foro de São Paulo é coisa que a gente está ouvindo falar há dois ou três anos. Eu não sabia da dimensão do que era o Foro de São Paulo construído pelo Fidel Castro, pelo Fernando Henrique, pelo Lula, pela Dilma, pelo Hugo Chávez, da Venezuela, pelos Kirchners, marido e mulher, a Cristina Kirchner e o Nestor Kirchner. Aquele boliviano, presidente do sindicato da cocaína, o Evo Morales. Esses caras fundaram esse Foro de São Paulo. Eu achei que era um lugar para debater. Não, não, não. Era para aprofundar na América Latina a troca de financiamento entre os governos de esquerda. A Venezuela começou a financiar o PT no Brasil porque Chávez chegou ao poder antes de Lula, deu dinheiro na eleição do Lula, foi apreendido um avião com US$ 3 milhões na Argentina levando dinheiro para a eleição do Kirchner, era dinheiro que vinha da Venezuela, que já tinha virado esquerda.

O senhor acredita que houve financiamento do PT a governos da esquerda?

Então, quando Lula assume o BNDES e passa a financiar a Bolívia, passa a dar dinheiro para a Venezuela, passa a dar a Argentina, Cuba, Angola. Ele usa o dinheiro do BNDES e empréstimos do Banco do Brasil, da Caixa. O Foro de São Paulo era uma união ideológica que nós não tínhamos a dimensão do que eles faziam. Eu estou sabendo mais recentemente, que passei, agora, a me dedicar a isso. O próprio globalismo, eu vim a saber de globalismo em 2014 pelo coronel Ênio Fontenelle, que é um estudioso do Serviço Nacional de Informação (SNI). Durante 30 anos, foi um estudioso de geopolítica e descobriu esse movimento do globalismo mundial. Começou a estudar o globalismo no SNI, começou a informar as Forças Armadas, mas eram informações ainda muito restritas. Aos militares, aos presidentes. Nós, do povo, não tínhamos essas informações, temos, agora.

Como se deu esse despertar do senhor acerca da esquerda?

Começou pelo coronel Ênio Fontenelle. Foi quem me acordou, em 2014. Ele disse: “Jefferson, eu sei que você é um homem guerreiro, eu vi que você não corre de luta, lutou sozinho ao lado do [ex-presidente Fernando] Collor, depois enfrentou toda a esquerda naquele caso do mensalão, nós estamos precisando de um guerreiro como você”. Falei: “Mas como coronel, não tô entendendo o senhor”. Ele começou a me explicar o que era o globalismo. Desde então, tô (sic) na briga, tô (sic) na luta, e comecei a trabalhar meu Twitter neste sentido. A escrever e raciocinar e aprender com o coronel Ênio Fontenelle a colocar essas ideias como estou colocando para você.

O que o governo Bolsonaro pode ganhar com a aproximação com o PTB ? Aguarde o próximo tema da série.

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